terça-feira, 28 de agosto de 2012

Márcia Haydée


  Nascida dia 18 de abril de 1937, Márcia Haydée é uma bailarina brasileira famosa pelo seu carisma, esperança e sucesso.
  Estudou a dança desde cedo em sua cidade, Niterói, tendo em seu já primeiro espetáculo um solo. No Rio de Janeiro teve aulas com Yuco Lindberg e Vaslav Veltchek. Foi convidada para estudar na escola do Royal Ballet aos dezesseis anos, por meio de uma amiga da família que falou sobre Márcia para Michael Powell. Em Londres se formou.
  Antes de entrar no Ballet Marquês de Cuevas, fazia aulas com a companhia. Com algumas complicações, em 1956 já fazia parte dela.
  John Cranko foi convidado pelo Marquês para coreografar. Haydée, mesmo não fazendo parte de sua obra sem sucesso, admirou muito o trabalho do coreógrafo. Quando o diretor do grupo morreu, a bailarina entrou no Stuttgart Ballet, diretamente como Prima Ballerina. Segundo ela, Cranko foi a mais importante pessoa de sua vida. Um dia depois da maior homenagem feita ao coreógrafo nos Estados Unidos, ele morre. Assim, Márcia não vê mais porquê dançar, mas nesse momento a dança era o que mais deveria ser feito, para impedir que todos os esforços do diretor e seus bailarinos fossem em vão.
Márcia em um trabalho de Cranko inspirado nela.
  Sem condições emocionais para seguir a decisão de sua companhia e virar a diretora, Márcia convence Glen Tetley de se tornar o diretor do grupo. Em torno de dois anos mais tarde, ela assume o cargo.
  Em uma época, dirigiu simultaneamente o Ballet de Santiago, do Chile, e Stuttgart Ballet. Percebendo que não fazia o bem às duas companhias e a si própria, afastou-se da dança por dois anos, sem nem mesmo ir a um teatro ou fazer uma aula.
  Mais tarde encontrou-se com outra importante figura de sua vida, Ismael Ivo, com quem repartiu a alma por meio da dança.

Márcia Haydée e Richard Cragun em "A Megera Domada".
  Seu principal Partner foi Richard Cragun, com quem dançou por 36 anos, e desses 36, 16 anos foi casada. Os dois foram completamente ligados em uma relação desde a materialidade até a espiritual. Dançou também com Rudolf Nureyev, Jorge Donn e Mikhail Baryshnikov.
  Hoje, Márcia Haydée dirige o Ballet de Santiago.

  “A essência da dança é que o bailarino leve o público ao seu cenário e faça com que ele participe emocionalmente da viagem.”

Base: Documentário de Márcia Haydée - "Figuras da Dança"

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ginástica Rítmica ao Som e História do Ballet Giselle

 É com um sorriso no rosto que informo de onde vieram música e história da apresentação russa de ginástica rítmica em equipe. Não bem informar, mas falar o que veio-me a cabeça ontem de tarde ao assistir as Olimpíadas.
 Ao som de uma mistura musical do Ato I de Giselle, as ginastas russas tiveram a melhor nota do dia. Como se não bastasse isso para qualquer doida por Ballet, ao fim da apresentação, uma das cinco garotas interpreta uma repentina morte, como ao enlouquecer da camponesa que vira Willi, do famoso repertório. Mera coincidência?
 Pena que não achei nenhum vídeo da apresentação para completar a postagem.

domingo, 15 de julho de 2012

Giselle pelo Ballet do Teatro Scala de Milão

 Bom, aqui está a primeira análise do blog. Esta e as próximas podem falar tanto sobre vídeos famosos da dança clássica na Internet, como outros blogs conhecidos e, igual à postagem de hoje, a maneira que tal grupo interpreta tal Ballet, sendo no caso o Ballet do Teatro Scala de Milão e Giselle.
 Assisti dia 12, quinta-feira, no Teatro Municipal de São Paulo. Mais sobre a companhia, o repertório e afins aqui.

 Elenco (neste dia):
 Giselle: Petra Conti
 Príncipe Albrecht: Eris Nezha
 Duque da Curlândia: Giuseppe Conte
 Princesa Bathilde: Serena Colombi
 Mãe de Giselle: Monica Vaglietti
 Hilarion: Alessandro Grillo
 Wilfried: Riccardo Massimi
 O Grande Caçador: Matthew Endicott
 Pas de deux camponês: Antonella Albano, Antonino Sutera
 Myrtha: Alessandra Vassalo
 Duas Willis::Vittoria Valerio, Emanuela Montanari

 Recursos:
 Cenário: Apenas um pano no fundo, rampa e cabanas no Ato I. No Ato II, algo similar, que junto à luz deu um ar de escuridão. Superou-se.
 Linóleo: Assustador. Ele tirou parte de beleza do segundo Ato, que tinha mais saltos, pois destacava o barulho das sapatilhas, com a mistura de sua baixa qualidade e breu. Ridículo. Aposto que grupos profissionais não usam nada parecido com isso.
 Figurino: O vestido da camponesa que fez o Pas de Deux me deixou pirada. Não, não era tão lindo. Bonito, como todos, mas ruim para a dança. Parecia grosso e quando sua perna era alta, fazia curvas na coxa que a deixavam muito gorda.


 Ato I:
 Logo no começo, a encenação do príncepe e Wilfried não me parecem mostrar nada. O que falam eles? Se não soubesse a história, desde o início estaria perdida. Passam a ser claros com o retirar da capa e espada do filho do rei. Logo ele dispensa seu escudeiro e bate na porta de Giselle.
 Faz sua parte na música, com ótima técnica, sorri um pouco, mas não passa segurança. Petra Conti não me fez entrar direito no cenário de Giselle. Seus gestos podem ser grandes, mais belos, por que deixa tudo pela metade? Ao seu enlouquecer de tristeza e morte por amor, mostra-se um pouco melhor, e todos a acompanham.
 Ah, mas como mal pensada foi esta cena... Pouco antes dela, Hilarion e Albrecht disputavam a camponesa: um que entrava no meio dos pombinhos exigido explicação, mais tarde provando a origem do outro. Tão perto isso foi do momento em que Giselle vê seu amado junto de Bathilde, a noiva dele. Os separa da mesma forma, do mesmo modo exigindo as explicações. Parecia-me um festival de "Como assim?".
 Seu enlouquecer poderia ser melhor sim, mas no que lhe era exigido, deu-se bem. Arrepiei-me um tanto em sua tentativa de suicídio.
 Uma coisa que não me agradou neste Ato foi a variação da história. Giselle tem problema no coração, não pode dançar. Isso é bonito: Ela ama a dança, todos a amam dançando, mas é limitada pela sua saúde e a preocupada mãe. Dava para terminar de um jeito muito diferente se alguém focasse nisso. Mas não, falamos aqui de Giselle. Sua morte é associada aos problemas cardíacos. Pronto, matou a beleza.

 Ato II:
 Muito belo. Mas os defeitos começam com o triste príncipe, que chega ao palco vindo com flores em nossa direção, não na do túmulo da amada. Isso destrói qualquer clima. Poderia ele primeiro deixar o buquê e depois utilizar o palco para uma dança triste, com a dor que tem dentro de si.
 Com a chegada das Willis, uma entra sozinha no palco, depois de outras que fizeram o mesmo e deram um pivot. Pois bem, essa de quem falo tropeçou, discretamente, mas tropeçou. Para se fazer um pivot sozinha no palco, a bailarina deve pelo menos estar muito segura, concordem comigo. Decepcionante.
 Problema foi a Myrtha. Ela quem sempre mostra superioridade sobre todas, mais parecia igual à elas, só que com uma tiara florida na cabeça. Não era técnica, mas interpretação. Decepcionante.
 Mas que beleza de corpo de baile. Lindas, juntas, sem um braço diferente uma das outras. Com a Willi Giselle, me fizeram entrar na magia deste repertório. Sim, Petra se superou no segundo Ato. Segura, expressiva, sem erros. Mostrou-se melhor do que Alessandra (intérprete de Myrtha), que no ideal deveria ser muito melhor. No segundo Ato mostrou-se como uma dígna Primeira Bailarina, porém com muito o que aprender em expressão ainda.

 Conclusão e nota:
 Valeu a pena assistir, sem dúvida. Acho que sempre valerá a pena assistir qualquer Ballet, pelos simples fatos de conhecer, comparar e aprender.
 Nota 7,0. Melhorar principalmente a expressão e orientação das cenas.